segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Dawkins responde à aluna.

Para quem não está familiarizado, Richard Dawkins é um cientista britânico evolucionista, e contra todo tipo de religião ou superstição.

Neste vídeo, uma aluna do colégio Randolph-Macon perguntou a ele "e se você estiver errado?" (sobre a não existência de Deus).

Confira a resposta sensacional de Dawkins:

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Influências capiciosas

O futuro de nosso planeta depende, como sempre, da forma como as crianças de hoje serão educadas. Elas serão os futuros cientistas, filósofos, engenheiros, etc. E temos um problema grave neste fator. As formas de educação estão contaminadas. Muitos pais e escolas passam adiante doses “seletivas” de conhecimento, alienando pessoas que ainda não tem uma noção completa da realidade.


As crianças até 7 anos possuem um cérebro programado para aceitar aquilo que lhe é dito pelas pessoas mais velhas. Isso é positivo, pois impede que façam testes tais como tentar atravessar uma rua movimentada ou nadar em um rio com jacarés. O grande problema é que, junto com estas recomendações importantes, os pais costumam passar adiante, de uma forma pseudo-autoritária (não são necessariamente obrigadas, mas fortemente induzidas), sua escolha religiosa. Ora, porque impor religião a crianças que mal foram alfabetizadas? Não vemos ninguém rotulando as crianças entre “proletárias” e “burguesas”, ou entre “petistas” e “tucanas”. Se eximimos as crianças de discussões políticas, as decisões religiosas também deveriam ser deixadas para um momento em que a pessoa já possua a capacidade de discernir o que é ou não é racional.


Na maioria das escolas, essa contaminação moral também é presente. Nem citarei escolas que cometem o absurdo de ensinar religião e mitologia em aulas de ciências, vou focar nos casos mais brandos. Em nosso país, são obrigatórias as aulas de religião nos colégios. Isso não seria um problema tão grande se a religião fosse ensinada de forma correta. Deveriam ser abordadas todas as religiões e suas histórias, de uma forma imparcial, passando por mitologias antigas até as ainda presentes atualmente. Mas o que vemos são membros do clero “treinando” crianças ao catolicismo. Apenas mitos bíblicos são apresentados, e o pior, são citados como uma aula de história, não de mitologia.


Isso é uma indução nociva, é preciso que tudo seja apresentado aos jovens devidamente, para que ele próprios possam interpretar e acreditar naquilo que lhe parecer mais crível e racional.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O incrível cérebro humano e seus incríveis defeitos

Não há máquina no mundo moderno tão notável quanto o cérebro humano. Além de processar milhões de informações por segundo, ele possui a singular capacidade de criar um conjunto de impulsos elétricos e reações químicas que geram a nossa consciência, ou seja, a capacidade de ter um raciocínio lógico, a razão. Ainda assim, somos levados, por meio de dogmas e superstições, a abandonar nossa tão notável razão e a associar fatos a alegorias.
Isso ocorre justamente (e ironicamente) por conta de outra característica do nosso cérebro, que é tão fantástica quanto defeituosa: a de criar padrões. Criando padrões e usando sua consciência foi que o ser humano conseguiu chegar a um estágio tão avançado evolutivamente.

Criar padrões é uma característica presente em muitos animais, mas ela apresenta duas probabilidades de falha. A primeira, é quando não enxergamos os padrões onde eles existem. A segunda ocorre quando vemos padrões onde não há. É neste ponto em que surgem as superstições. Para exemplificar, basta um experimento simples. Imagine um aparelho onde, quando a pessoa apertar um botão, uma luz se acende. Obviamente, a pessoa, de forma automática, criará em seu cérebro o padrão de que, “apertar botão é igual a luz acesa”. Porém, se alterarmos a experiência, fazendo com que a luz acenda a cada 5 segundos, independente do botão, e dissermos para a pessoa apertar o botão em intervalos de 5 segundos, ela será induzida a acreditar que o botão é que está acendendo a luz. Isso ocorre frequentemente em nossa vida cotidiana. Se o nosso time vence em 3 jogos que estávamos usando a mesma camisa branca, nosso cérebro, independente de nossa vontade ou razão, criará o padrão “camisa branca é igual a vitória”. E esse é um padrão difícil de ser removido, mesmo se o time perder 2 jogos depois, talvez o padrão defeituoso continue agindo no cérebro do indivíduo. Mas este ainda é um caso brando, em que no fundo, a pessoa sabe que não está criando realmente um elemento de interferência na realidade. O problema real, ocorre quando mídia, livros, pessoas próximas, etc., induzem a pessoa dentro do padrão defeituoso, de forma que ela acredite que ele de fato interfere no mundo real.


Horóscopo, médiuns, videntes, são apenas alguns dos exemplos que se aproveitam da característica cerebral de associar elementos. Geralmente, nosso cérebro cria um padrão, mas nossa razão logo trata de eliminá-lo. Neste caso, a própria razão do indivíduo é contaminada, fazendo com que ele “queira” acreditar naquilo. Isto é extremamente nocivo, pois chega a um ponto em que o cérebro passa a agir para que a superstição se torne realidade. Para os céticos, um exemplo simples. Imagine seu filho, ou irmão mais novo, disputando um torneio de futebol. Você estará torcendo por ele, consciente e inconscientemente. Dessa forma, seu cérebro induzirá você a ver de uma forma mais clara apenas seus pontos positivos. Querendo ou não, você dará mais atenção quando ele fizer um gol do que quando ele errar um passe. Mesmo que a relação de gols para passes errados seja de 1 para 50. Sua mente estará programada de uma forma “veja os pontos positivos, é isso que você quer, é dessa forma que você se sente bem”. O mesmo ocorre nas superstições e supostos eventos sobrenaturais. As pessoas são tão fortemente induzidas a acreditar que aquilo é verdade (mesmo que de uma forma inconsciente, acredite, você É induzido), que sua mente lhe prega peças. O cérebro passa a captar apenas os pontos positivos, e até mesmo a criar fatores positivos onde não há! Como no horóscopo. Mesmo que ele esteja errado 8 em 10 vezes, você continuará acreditando e, mesmo quando ele errar, interpretará aquilo como uma “meia-verdade”, apenas para, digamos assim, “saciar seu cérebro”, afinal seu cérebro está sedento para que aquela superstição seja verdadeira, graças a indução a qual foi submetido.


Alias, criemos aqui um parêntese apenas para tocar neste ponto do horóscopo. A astrologia foi criada na antiguidade, baseada em uma pseudociência sobre como o movimento dos planetas e estrelas conhecidos até então, poderiam ter uma influência sobre o cotidiano das pessoas. O foco aqui não é este, mas não há como não citar que seus fundamentos primordiais foram bastante abalados com descobertas como o ângulo de inclinação da Terra em relação aos planetas do sistema solar, planetas extra-solares, o movimento das constelações no decorrer dos anos, etc. Voltando ao tópico principal, a astrologia se aproveita de padrões induzidos fortemente na cultura das pessoas para designar características pessoais, que poderiam estar presentes em qualquer ser humano, dentro de determinados signos zodiacais. Além disso, há um horóscopo diário, que seria capaz de prever e dar conselhos sobre como todas pessoas de determinado signo deveriam seguir seu dia. Muitas pessoas afirmam que o seu horóscopo realmente funciona na maioria das vezes, mas isso não seria novamente uma indução no cérebro? O cientista evolucionista inglês Richard Dawkins propôs um experimento interessante a um astrólogo da Grã Bretanha. Neste experimento, diversas pessoas, crentes no horóscopo, receberam papéis que supostamente diriam seu horóscopo diário. O que elas não sabiam, é que os signos foram trocados, e que na verdade elas recebiam o horóscopo de outros signos. Das 12 pessoas, apenas uma receberia o horóscopo correspondente ao seu signo. Como teste científico, para que a astrologia fosse real, as 11 pessoas enganadas deveriam refutar o tal horóscopo, e apenas a pessoa que recebeu seu signo real deveria concordar com ele. Mas não foi o que aconteceu. Sete pessoas concordaram com a previsão, algumas inclusive acrescentando que aquilo é “perfeito para descrever o momento atual da minha vida”. As outras cinco, refutaram a previsão. E o pior de tudo é que, a única pessoa que recebeu o seu signo corretamente, estava entre as que negaram o horóscopo!

Há outras formas de ludibriar nosso cérebro, como a “leitura fria” usada pelos médiuns e videntes, alucinógenos inodoros presentes em sessões espíritas, etc. Por enquanto, é suficiente citar como nosso cérebro, apesar da complexidade e capacidade de processamento, ainda é uma máquina relativamente influenciável pelo meio externo. Algumas pessoas usam isso de forma positiva, adquirindo conhecimento e utilizando a razão para explicar os fenômenos ao nosso redor. Porém, infelizmente, alguns se deixam levar pelo subconsciente defeituoso que pode ser gerado em nossa mente, sem interferir com a razão.